A alteração genética que causa a Doença de Machado-Joseph (DMJ/SCA3) foi identificada em 1994, estando disponível desde 1996 um teste genético que deteta a presença do gene alterado (mutado). Sabe-se que a presença do gene mutado implica o desenvolvimento da doença. A presença do gene mutado não é, todavia, suficiente para explicar as diferenças entre as manifestações clínicas que aparecem nos vários doentes, nomeadamente no que se refere à idade de início, que pode variar entre os 4 e os 70 anos. Assim, prevê-se que existam outros genes que influenciam o comportamento do gene principal (chamados genes modificadores); tais genes continuam, na sua maioria, por identificar. A identificação de genes modificadores possibilitaria a melhoria na predição da idade de início da doença e uma melhor compreensão dos mecanismos que estão alterados na DMJ/SCA3. A DMJ/SCA3 permanece sem tratamento, mas vários compostos têm recentemente sido propostos como capazes de alterar o curso da doença. Os estudos que estão presentemente a ser conduzidos em termos de ensaios clínicos em doenças semelhantes à DMJ/SCA3 mostram que os compostos terão a sua eficácia máxima se administrados no início, ou até, logo antes do início dos sintomas, pelo que se torna muito importante conseguir melhorar a previsão desse início.
O projeto EXOS3 tem como objetivo identificar genes modificadores na DMJ/SCA3.
Usando uma tecnologia de análise genética muito recente - sequenciação de nova geração - a equipa irá proceder a uma análise de uma parte da nossa informação genética (o exoma) formada por zonas especificas do DNA, as quais contêm a informação responsável pela construção das proteínas, moléculas essenciais para o normal funcionamento das células.